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Transparência: por que esse item é essencial nos negócios?

Por medo, insegurança, equilíbrio emocional, cultura ou falta dela, os brasileiros e latinos de modo geral levam as coisas para o lado pessoal, deixando sempre o emocional falar mais alto sobre a razão.

No livro “Paixão por Vencer”, de Jack Welch, o autor dedica um capítulo inteiro para falar sobre a franqueza, referindo-se ao modo como as pessoas não se expressam com sinceridade.

Ele alega que a falta de franqueza é o maior pequeno truque sujo em negócios, porque bloqueia ideias inteligentes, retarda as ações rápidas e impede que as pessoas capazes contribuam com todo seu potencial.

E isso causa muitos atrapalhos, especialmente em uma situação difícil quando não se falou sobre isso e jogou tudo para debaixo do tapete.

E por que ser transparente para a equipe? Essa atitude é essencial para ganhar respeito e o time trabalhar junto focado para que o resultado venha.

É claro que existem muitos dados e informações sigilosas, mas nada justifica ausência de transparência em qualquer empresa.

Falta de transparência nas empresas

A falta de transparência traz diversas consequências. Ainda é comum observar na hotelaria amadora as contratações sem que o novo profissional/funcionário adentre a companhia sequer sabendo da missão, visão e valores da empresa. Se você está com dúvida, faça o teste para quem já faz parte da sua operação hoteleira.

Nem mesmo muitas vezes o principal executivo tem claro o que de fato é essa tal de missão visão e valores. O intuito não é nos atermos a isso, mas cabe a reflexão.

Infelizmente nesse processo de grande transformação que estamos vivenciando na prática, conseguimos nitidamente visualizar a grande carência de bons gestores.

Como esperamos ter uma hotelaria profissional sem que quem está à frente das decisões em especial não sabe valorizar o fator humano?

Erros e acertos

Mas o que exatamente você quer dizer com isso, Bernal? Usando como base a premissa transparência que fato deve ser no dia a dia de qualquer empresa, a gestão deve valorizar os potenciais talentos, mas acima de tudo, todos nós devemos respeitar as limitações de 100% das nossas equipes.

Cada um tem o seu tempo, nem todos tem a mesma facilidade, porém todos são importantes e é neste sentido que entra um gestor, maduro, preparado além da capacidade técnica, mas sim enxergando e atuando nesses valores humanos dentro dos seus hotéis.

Quanto mais eu erro, mais eu aprendo. É isso que a gestão tem que ter em mente: os erros de um profissional da hotelaria fazem parte do aprendizado e do processo de crescimento.

Eu tenho comigo que só me torno melhor na tentativa entre erro e acerto. Esse tem sido o meu melhor professor na indústria da hospitalidade.

Nos meus artigos, busco trazer aqui somente a minha experiência de não tão longa data, mas que acredito que possa ser útil para uma gestão prática, objetiva, transparente e que venha contribuir com equipes que realmente são e estão apaixonados pela excelência na prestação de serviços.

Acredito na força do trabalho em equipe

Sempre que tive a oportunidade de trabalhar em diversas companhias hoteleiras, o primeiro questionamento que eu me faço é: como eu, Bernal, vou mais uma vez vencer este desafio? E claro que me refiro a melhorar resultados, fazer equity, incluir eficácia na rentabilidade, fazer a empresa crescer ainda mais de forma sólida e transparente.

Um segundo pensamento que sempre coloco para mim é: sozinho não sou absolutamente nada. Ou seja, preciso de um time, preciso de pessoas melhores do que eu, preciso montar, criar, desenvolver, capacitar e aprender juntos, pois num ambiente hoteleiro ninguém é melhor do que ninguém.

Mesmo que você se sinta com seu EGO maior do que você por ocupar determinada função, você jamais deve colocar o seu cargo à frente de qualquer coisa.

Certo ou errado na visão de quem está lendo este artigo, gosto de registrar que não há certo ou errado, e sim somente aquilo em que eu acredito e tem dado certo ao longo da minha carreira.

Mercado está cheio de gente que fala bonito e faz-de-conta

Particularmente, como muitos me conhecem, sou bastante cético e só acredito em determinadas situações, através do resultado que lá na frente irá falar, se minhas estratégias funcionam ou são apenas palavras bonitas, como de fato acontece na prática todos os dias em nossa indústria da hospitalidade.

Falar bonito e fazer de conta, o mercado está cheio de atores e atrizes fazendo isso, lamentavelmente. A esse respeito, Jack Welch, o grande executivo da GE, diz que essa atitude é cultural, porque desde a infância somos criados para atenuar as más notícias e adoçar os temas amargos.

Aqui coloco algumas situações em que eu carrego comigo por longos anos e que pode te ajudar também:

  • Hoteleiros, em especial aqueles que ocupam cargos de gestão, devem ser incansáveis e extremamente focados em melhorar seu time. Treinar, treinar, treinar, orientar, orientar, orientar, capacitar, pegar na mão, treinar novamente, promover e fazer com que estas pessoas repliquem este mesmo formato. Com isso, vem a autoconfiança de trilhar uma carreira profissional e não mais um amador falando bonito em reuniões.
  • Todos já sabemos, mas cabe lembrar que hotel não fecha e, se não fecha, isso significa que sua cabeça, mentalidade, energia, foco, esforço, dedicação da mesma forma para com este patrimônio, deve funcionar 24 horas. Essas mesmas 24 horas devem ser direcionadas para que seu time compreenda na prática a visão da empresa, e isso tem que estar muito claro – é quase o ar que eu respiro.
  • Um bom hoteleiro de carreira, aquele ou aquela que realmente faz a diferença na nossa indústria, sabe e tem na prática muita empatia. Esse profissional tem sido extremamente raro no nosso mercado, aquele que de fato sabe se colocar no lugar do seu time, aquele gestor que transpira energia, confiança e entrega tudo e a todos apoio e mentalidade positiva, e, mesmo no caos da pandemia, esse profissional é otimista.
  • Aqui é um ponto muito delicado, uma linha perigosa, mas o bom é inimigo do ótimo. Então me refiro ao ótimo hoteleiro: aquele ou aquela que transmite segurança, confiança com franqueza de cima para baixo e de baixo para cima. Sabe aquele profissional transparente e que sabe reconhecer e valorizar toda sua turma? Esse é o cara a que me refiro que não é bom, mas sim faz parte do ótimo.
  • Depende muito da empresa em que se atua, mas um ótimo hoteleiro sabe se posicionar e não se permite ser tratado como uma marionete. Sim senhor, ok, de acordo, como quiser, sem externar sua opinião. Aqui sou pago para fazer, se o dono quer, assim o farei, ou seja, marionetes na nossa indústria se vê muito por aí. E por inúmeras razões, uma delas que é clássica: Se eu me posicionar, serei mandado embora, por isso, muitos ficam nas empresas por anos sendo marionetes. E isso é muito ruim para um mercado que deve se profissionalizar.
  • Por mais difícil que seja, ótimos hoteleiros questionam e fazem as perguntas certas para que seu entorno entenda que nem sempre o dono tem razão e o papel do gestor é fazer com que seu time se transforme em seres pensantes, massa crítica em prol de entregar uma gestão profissional que impacte na melhor experiência possível para o cliente.
  • Ótimos hoteleiros sabem inspirar, assumem riscos, tomam decisões e são humildes para reconhecer quando algo não dá certo. Estão sempre aprendendo e principalmente é aquela pessoa que faz gestão através do seu exemplo. Se falar bonitinho em reunião, mas na prática do dia a dia se contradizer, já sabemos que fará parte dos famosos corredores da hotelaria. lá estará o seu nome se tornando diariamente chacota.
  • Tempos difíceis, né? Sim, muito, um aprendizado imenso a todos nós, porém, ótimos hoteleiro comemoram pequenas conquistas/vitórias. Faça isso com seu time de funcionários.

 

 

 

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