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Dia do Hoteleiro: profissão para quem tem a capacidade de sair da zona de conforto

Nilson Bernal, diretor-presidente do Termas de Jurema Resort Hotel

A profissão de hoteleiro é o sonho de muitas pessoas com quem me deparo em palestras, eventos e mesmo no dia a dia. Se você quer mesmo atuar na área, preciso dizer que a carreira exige uma pessoa com perfil diferenciado.

Isso porque não é todo mundo que se dispõe a trabalhar de segunda a segunda, 24 horas conectado ao negócio e rotina que muitas vezes nos impõe mudar de prioridades. Por isso, antes de se lançar na prospecção no setor hoteleiro, busque perguntar a si mesmo se você tem esse perfil comportamental. E tudo bem se não tiver.

Eu sempre fui workholic por natureza e o trabalho sempre esteve em minha essência. A palavra trabalho me fascina, porque trabalhar me proporcionou uma vida digna e a hotelaria é uma profissão que eu considero nobre, louvável, fonte de obrigações e de prazer também.

Por isso, um bom profissional respira hotelaria 365 dias no ano e põe a mão na massa, ou seja, não faz gestão atrás da mesa, mas vai a campo. Gerenciamento fechado e trancado em sala não funciona. Do hoteleiro exige-se estar sempre junto aos colaboradores, observando, acompanhando, monitorando, ajudando, direcionando, treinando, valorizando de forma eficaz e eficiente.

Outro ponto para você questionar sobre seu perfil é sobre rotina. Se você preza muito por isso, talvez a hotelaria não seja sua área. No setor, inexiste rotina, porque trabalha-se para solucionar problemas, vencer obstáculos que surgem no caminho e demandam solução. Embora haja planejamento, as prioridades acabam se alternando e isso acontece em todos os outros negócios.

E, por falar em planejamento, o verdadeiro líder hoteleiro também tem total clareza sobre o que precisa fazer. Tem visão macroestratégica e tem o hotel nas mãos. Isso quer dizer que conhece receitas, despesas, variações, diária média e todos os indicadores para verificar qual caminho o hotel está seguindo. E traçar novas rotas se assim for necessário. É aquela máxima: se você não sabe onde ir, qualquer caminho serve.

Ser hoteleiro e não trabalhar nos fins de semana não existe.
É preciso ter consciência de que, enquanto o mundo acontece lá fora,
você estará no hotel, cuidando de gente, de hóspedes.
Isso é sair da zona de conforto constantemente.
Você está disposto a isso?

Se você quer ser hoteleiro e não quer trabalhar aos fins de semana, esquece. Isso não existe em hotelaria. É nos fins de semana geralmente que é preciso ter a nossa presença. Trabalhar de pé 8, 10, 12 horas por dia, passar Natal e Réveillon hotel é uma escolha, onde você está exercendo sua profissão, construindo sua carreira no hotel onde escolheu para atuar. É preciso ter consciência de que, enquanto o mundo acontece lá fora, você estará no hotel, cuidando de gente de hóspedes. Isso é sair da zona de conforto constantemente. Você está disposto a isso?

Faça sua escolha e, sempre que as fazemos, o preço é alto para quem de fato não elegeu ser hoteleiro na essência. Tenho certeza de que você quer se tornar sempre melhor em sua profissão. No entanto, se você não tem capacidade de competição na essência e não tem consistência na prestação de serviços, busque outra profissão, porque o mercado vai te engolir. E, quando você perceber, será tarde demais.

Se, de fato, você for o melhor em sua área de atuação e se posicionar como alguém competitivo, com certeza sairá vencedor, sem importar se o seu hotel é o mais caro da cidade. Seja fanático por qualidade, entregue o melhor resultado auxiliado por pessoas focadas nos princípios básicos da hotelaria. Se você for excelente no básico, você surpreenderá o seu hospede.

E então, qual sua escolha?

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