Por que as Pessoas Estão Desistindo de Trabalhar na Hotelaria?
A indústria da hotelaria é conhecida por sua capacidade de proporcionar experiências inesquecíveis a seus hóspedes. No entanto, há um lado dessa história que precisa ser discutido: o alto índice de profissionais que estão desistindo de suas carreiras em hotéis e resorts. O que está levando tantas pessoas a abandonar um setor tão vibrante? Vamos explorar alguns dos principais motivos que levam profissionais a deixarem a hotelaria.
1. Longas Jornadas de Trabalho e Escala Irregular
A hotelaria exige que seus profissionais estejam disponíveis em horários pouco convencionais, como feriados, fins de semana e noites. A natureza dos turnos rotativos e as longas jornadas acabam desgastando os colaboradores, que muitas vezes se sentem exaustos e sobrecarregados. Essa rotina imprevisível dificulta o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, levando muitos a repensarem suas escolhas de carreira.
2. Baixa Remuneração em Comparação com a Carga de Trabalho
Embora o setor de hospitalidade ofereça oportunidades únicas de crescimento, a remuneração inicial frequentemente não corresponde à carga de trabalho e ao nível de responsabilidade. Muitos colaboradores, especialmente em funções operacionais, sentem que seu esforço não é devidamente valorizado financeiramente. Esse desequilíbrio faz com que muitos busquem outras indústrias que oferecem salários mais competitivos e maior potencial de progressão.
3. Falta de Oportunidades de Crescimento e Desenvolvimento
Embora o setor seja dinâmico, muitas empresas de hotelaria ainda carecem de programas estruturados de desenvolvimento e crescimento. Profissionais que começam em posições operacionais nem sempre veem um caminho claro para promoções ou para assumir papéis de liderança. Esse cenário pode desmotivar talentos, levando-os a buscar setores que ofereçam planos de carreira mais definidos e investimentos em desenvolvimento profissional.
4. Alta Pressão e Cultura de “O Cliente Tem Sempre Razão”
A hotelaria muitas vezes prioriza a satisfação do cliente acima de tudo, o que é natural no setor de serviços. No entanto, essa abordagem, quando excessiva, pode gerar uma pressão extrema sobre os colaboradores, que se veem em situações desgastantes ao tentar atender às demandas dos hóspedes, mesmo que estas sejam irrazoáveis. A falta de suporte para os colaboradores em situações de conflito com clientes pode fazer com que eles se sintam desvalorizados e desmotivados.
5. Falta de Reconhecimento e Apoio da Liderança
Em muitos hotéis, o reconhecimento pelo trabalho árduo dos colaboradores é insuficiente. Profissionais que se dedicam diariamente esperam uma cultura de valorização, onde seus esforços são reconhecidos. Além disso, a ausência de apoio da liderança para os desafios enfrentados no dia a dia pode criar um ambiente hostil e pouco acolhedor, onde os colaboradores se sentem como peças substituíveis.
6. Exaustão Física e Mental
Trabalhar em um hotel exige bastante do colaborador, física e mentalmente. Além de lidar com hóspedes, que podem ser exigentes, a necessidade de manter um ambiente impecável e a responsabilidade de assegurar o bem-estar de todos tornam o trabalho desafiador e desgastante. Com o tempo, a exaustão se acumula, levando muitos a buscar alternativas menos intensas.
7. Mudança na Prioridade de Vida dos Profissionais
Cada vez mais, as pessoas priorizam a qualidade de vida e o bem-estar mental, buscando carreiras que permitam um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional. A pandemia reforçou essa tendência, levando muitos profissionais a reconsiderar o que realmente valorizam. Para muitos, a hotelaria, com sua carga de trabalho e desafios, já não atende a esses novos critérios de qualidade de vida.
Conclusão: A Urgência de uma Transformação no Setor
O alto índice de desistência na hotelaria é um chamado para mudanças estruturais. Os líderes do setor precisam adotar abordagens que priorizem o bem-estar dos colaboradores, ofereçam reconhecimento e oportunidades reais de crescimento e valorizem a importância de um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional. Se o setor quiser atrair e reter talentos, especialmente entre as novas gerações, precisará investir em condições de trabalho que promovam o desenvolvimento, a motivação e o respeito aos profissionais.
Nilson Bernal is a powerhouse in hospitality consulting, speaking, and authorship, with over 30 years of transformative leadership in top companies. After a celebrated career in Brazil, he boldly restarted in the U.S., now spearheading pioneering projects that redefine industry standards. As an ambassador for Divine Academie (Paris) and an Honorary Member of the European Academy of High Management, he stands as a global leader dedicated to elevating hospitality and inspiring the next generation.